马克龙:安哥拉是海的彼岸

文摘   2025-01-19 15:02   河南  

马克龙:安哥拉是海的彼岸

马克龙演讲-法国国宴

尊敬的总统先生;

尊敬的国会主席女士;

尊敬的部长们;

尊敬的欧盟委员;

尊敬的安哥拉代表团;

欢迎来到巴黎!

今天,我们以伟大友谊之名热情欢迎安哥拉。

今晚,我们欢迎您,总统先生以及您的国家,您的国家如此之独特。

此次国事访问正值世界格局重塑时期,几天前我曾就在这个房间里向我国大使们阐述过这一时期。地缘政治、技术甚至哲学上的混乱正在削弱人们对民主、和平与自由的信心。

为了应对这些挑战,我们与非洲的关系至关重要。

建立基于互利交流的新型关系至关重要,这将使我们能够共同面对未来的巨大挑战:气候、安全、经济、人口。

2018年首次交流以来,我们走上了一条比以往任何时候都更加强大、更加充满活力的道路。

20233月访问罗安达以及阁下今天访问巴黎就证明了这一点。

但这种关系并不只限于我们之间。

我们的友谊由商人、教师、艺术家、设计师、运动员、机构参与者、女性和男性所激发。

今晚我们为他们庆祝。

他们是我们两国之间关系的建立者。

伟大的葡萄牙作家安东尼奥·洛沃·安图内斯 (António Lobo Antunes) 写道,在欧洲人的想象中,安哥拉是“海的彼岸”。在这片大海、在这片大洋里,我们都在建造坚固的桥梁,让我们满怀信心地面对未来。

这些桥梁首先是强劲且不断发展的经济关系。

并不是所有人都知道法国是安哥拉的第一大投资者。

在贵国有70家法国公司,雇佣员工15000人,投资额达180亿欧元。

我们正在通过提供能源、卫生、农业、水利、电力、交通甚至卫星太空等各个领域的合作加强伙伴关系。

法国和欧洲也支持您开发洛比托走廊,这是安哥拉和该地区未来的关键之一,欧洲投资者在其中处于领先地位。

这种友爱和尊重的精神也涵盖了生活和当代文化。

我欢迎我国大使馆对安哥拉年轻艺术家、他们的项目和抱负的支持,例如在罗安达举办的安哥拉爵士音乐节,这是由安哥拉音乐家发起的年度爵士音乐节,现已具有国际影响力。

今晚,我想向安哥拉文化致敬,尤其是基桑巴舞,安哥拉希望将这种舞蹈和音乐风格列为联合国教科文组织世界遗产。

我也不会忘记法语,这是我们共同的语言,一部分安哥拉人讲法语,随着去年十月在维莱科特雷峰会上安哥拉加入法语大家庭,阁下有意发展法语。

两所新的埃菲尔学校将于2025年和2026年在安哥拉开设,为来自各个社会阶层的安哥拉年轻人提供优质的法语-葡萄牙语双语科学培训。

我向第一夫人的行动致敬,她是这个体系的教母,我们将继续支持和发展。

第一夫人女士,阁下和我的夫人今天参观了凡尔赛宫,在那里欣赏了18世纪的雕像,这些雕像于2022年回到城堡,这要感谢安哥拉,安哥拉将历史遗留下来的作品归还给了法国,法国以友好姿态接受安哥拉的友谊之手。

总统先生,阁下还希望安哥拉在世界上发挥更大的作用,从而增强自己的影响力。我们要对你在领导区域和平进程中表现出的坚定决心表示敬意,例如刚果民主共和国与卢旺达之间的罗安达进程。

您即将担任非洲联盟轮值主席国,我想告诉您,我们将为您提供支持,同时记住,我们将在2026年担任七国集团主席国。

在安哥拉对非洲大陆的未来发挥如此决定性作用的时刻,我要向安哥拉辉煌的过去致敬。

我愿引用安哥拉独立之父阿戈什蒂纽·内图在里斯本的牢房中写下的诗歌《我们还会回来》中的一段,这首诗梦想着回到自由独立的安哥拉的幸福日子。

我们将回来

前往解放后的安哥拉

独立的安哥拉

那快乐的日子到来了,紧接着,我们在你们独立50年后见证了你们取得的令人瞩目的成功。

其他幸福的日子将会到来,铭刻着自由、博爱和进步的印记。

阁下,这就是我们团结在一起的希望,也是我们两国人民团结在一起的希望。

法国和安哥拉,我们在一起!

DISCURSO DO PRESIDENTE EMMANUEL MACRON NO JANTAR DE ESTADO

 Palácio de Élysée, 16 Janeiro 2025

 Excelentíssimo Senhor Presidente;

 Excelentíssima  Senhora Presidente da

 Assembleia Nacional;

 Excelentíssimas Senhoras Ministras;

 Excelentíssimos Senhores Ministros;

 Excelentíssimo Senhor Comissário Europeu;

 Cara delegação angolana;

Sejam bem-vindos a Paris!

Hoje celebramos Angola com o fervor das grandes amizades. Sim, esta noite, damos-lhe as boas-vindas, Senhor Presidente, a si e à sua nação, cujo destino é tão singular.

Está visita de Estado ocorre num momento de recomposição do mundo que descrevi há alguns dias nesta mesma sala, perante os nossos embaixadores. Desordens geopolíticas, tecnológicas e atéfilosóficas estão a solapar a confiança na Democracia, na paz e na liberdade. Para fazer face a estes desafios, écrucial a nossa relação com África. Crucial para forjar novas relações baseadas em intercâmbios mutuamente benéficos, que nos permitam enfrentar juntos os grandes desafios de amanhã: clima, segurança, economia, demografia.

Desde os nossos primeiros intercâmbios em 2018, percorremos um caminho que nos permitiu forjar uma relação mais forte e mais vibrante do que nunca. Disso testemunham a minha visita a Luanda em Março de 2023 e a presença de Vossa Excelência hoje em Paris. Mas esta relação vai muito mais além de nós. É uma relação animada pelos empresários, professores, artistas, designers, desportistas, actores institucionais, mulheres e homens que formam o rosto da nossa amizade. Esta noite celebramo-los.

São eles que criam os laços entre os nossos dois países. Um grande escritor português, António Lobo Antunes, escreveu que Angola era, no imaginário europeu, a outra margem do mar. Neste mar, neste oceano, estamos todos a construir pontes sólidas que nos permitirão encarar o futuro com confiança.

Estas pontes são, antes de mais, relações económicas fortes e em crescimento. Nem todos sabem que a França é o primeiro investidor em Angola. Setenta empresas francesas estão presentes no vosso país, empregando 15 mil pessoas, com um stock de investimento de 18 mil milhões de Euros. Estamos a reforçar as nossas parcerias em sectores tão variados como a energia, a saúde, a agricultura, a água, a eletricidade, os transportes e até o espaço, com o fornecimento de um satélite. A França e a Europa estão também ao vosso lado para o desenvolvimento do Corredor do Lobito, uma das chaves do futuro de Angola e da região, e no qual estão em primeira linha os investidores europeus.

Este espírito de fraternidade e de respeito abrange também a cultura viva e contemporânea. Congratulo-me com o apoio da nossa embaixada aos jovens artistas angolanos, aos seus projectos e ambições, como o festival Angojazz em Luanda, um festival anual de jazz iniciado por músicos angolanos e que adquiriu uma dimensão internacional.

Esta noite, quis prestar homenagem à cultura angolana, nomeadamente à kizomba, o estilo de dança e música que Angola gostaria de ver classificado como Património Mundial da UNESCO.

Não esqueço o francês, uma língua que partilhamos, falada por uma parte da população angolana e que Vossa Excelência pretende desenvolver, seguindo a dinâmica da adesão de Angola à grande família francófono na cimeira de Villers-Cotterêts em Outubro passado. Duas novas escolas Eiffel, que oferecem uma excelente formação científica bilíngue francês-português aos jovens angolanos de todas as classes sociais, serão inauguradas em Angola em 2025 e 2026. Saúdo a acção da Primeira-Dama, madrinha desta rede que continuaremos a apoiar e a desenvolver.

Minha senhora, Vossa Excelência e a minha esposa visitaram hoje o Castelo de Versalhes, onde admiraram as estátuas do século XVIII que retomaram o seu lugar no Castelo em 2022, graças a Angola, que restituiu à França as obras que os acasos da História haviam deixado na sua posse - um gesto de amizade que a França recebeu com amizade.

Senhor Presidente, Vossa Excelência está também a construir a sua influência através do papel que pretende que Angola desempenhe no mundo. Queremos aqui prestar homenagem à sua determinação inabalável na condução de processos regionais ao serviço da paz, como o Processo de Luanda entre a República Democrática do Congo e o Ruanda. E como, em breve, irá assumir a presidência da União Africana, quero dizer-lhe que pode contar com o nosso apoio, recordando que assumiremos a presidência do G7 em 2026.

Numa altura em que Angola tem um papel tão decisivo a desempenhar em prol do futuro do continente africano, quero prestar homenagem ao seu passado glorioso. Gostaria de citar um excerto do poema Havemos de Voltar que Agostinho Neto, o pai da Independência, escreveu da sua cela em Lisboa para sonhar com o dia feliz em que regressaria a uma Angola livre e independente.

 Havemos de voltar

 À Angola libertada

 Angola independente

Esse dia feliz chegou e foi seguido por um sucesso impressionante a que estamos a assistir 50 anos após a vossa independência. Outros dias felizes virão, marcados com o selo da liberdade, da fraternidade e do progresso. Esta é a esperança que nos une, Excelentíssimo Senhor Presidente, e que une aos nossos dois povos.

França e Angola, estamos juntos!

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